sexta-feira, 17 de junho de 2011

Diante do sofrimento, esperemos no Senhor

Diante do sofrimento, esperemos no Senhor

“Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Ef 6, 16


Novena do Louvor


Uma das artimanhas do maligno é nos fazer acreditar que as circunstâncias de nossa vida não podem mudar, ou seja, ele nos mantém presos ao fatalismo. Quando isso acontece, somos como os príncipes dos sacerdotes e os fariseus que disseram a Nicodemos quando esse defendia Jesus (cf Jo 7, 52): “Informa-te bem e verás que da Galiléia não saiu profeta.”


Isso foi verdade até que Deus decidisse o contrário. Assim acontece com a nossa vida, com a nossa família. Talvez, na nossa família, nunca tenha saído um santo, ou uma pessoa muito bem sucedida, ou alguém que não fosse escravo da bebida, ou alguém que tenha tido um casamento feliz, mas isso é até Deus decidir o contrário. Ele é o Senhor e pode mudar o curso dos acontecimentos, pode fazer o inusitado, pode mudar totalmente a nossa história e a história da nossa família. Quando estivermos tentados a perder o ânimo ou a esperança, ataquemos essa tentação com o escudo da fé. Ao invés de nós clamarmos e queixarmos, louvemos a Deus e afirmemos o seu domínio, a sua majestade e a sua glória. Agradeçamos a Ele por intervir na nossa vida com o seu poder.


Façamos assim: por nove dias, como uma novena, dediquemos 15 minutos louvando a Deus. Pode ser com as nossas próprias palavras, com salmos, louvor em línguas, com todos os três ou qualquer outra forma que o Espírito possa nos inspirar. E esperemos para ver a ação prodigiosa de Deus em nossa vida. 

Abrão esperou contra toda a esperança, ante a promessa de Deus não vacilou, não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus. Assim, o que era considerado impossível tornou-se realidade na sua vida (cf Rm 4). Façamos nós o mesmo que Abraão e veremos milagres acontecerem nas nossas vidas também.



Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

sábado, 11 de junho de 2011

Pentecostes

O que é a Festa de Pentecostes?

- Pentecostes, do grego, pentekosté, é o qüinquagésimo dia após a Páscoa. Comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja. A partir da Ascensão de Cristo, os discípulos e a comunidade não tinham mais a presença física do Mestre. Em cumprimento à promessa de Jesus, o Espírito foi enviado sobre os apóstolos. Dessa forma, Cristo continua presente na Igreja, que é continuadora da sua missão.

A origem do Pentecostes vem do Antigo Testamento, uma celebração da colheita (Êxodo 23, 14), dia de alegria e ação de graças, portanto, uma festa agrária. Nesta, o povo oferecia a Deus os primeiros frutos que a terra tinha produzido. Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19, 1-16).


No Novo Testamento, o Pentecostes está relatado no livro dos Atos dos Apóstolos 2, 1-13. Como era costume, os discípulos, juntamente com Maria, mãe de Jesus, estavam reunidos para a celebração do Pentecostes judaico. De acordo com o relato, durante a celebração, ouviu-se um ruído, "como se soprasse um vento impetuoso". "Línguas de fogo" pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.


Pentecostes é a coroação da Páscoa de Cristo. Nele, acontece a plenificação da Páscoa, pois a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração, na vida e na missão dos discípulos.


Podemos notar a importância de Pentecostes nas palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972): "Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos". O Espírito traz presente o Ressuscitado à sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão.


Dada sua importância, a celebração do Domingo de Pentecostes inicia-se com uma vigília, no sábado. É a preparação para a vinda do Espírito Santo, que comunica seus dons à Igreja nascente.


O Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo. Os sinais externos, descritos no livro dos Atos dos Apóstolos, são uma confirmação da descida do Espírito: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo. Para os cristãos, o Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal.

segunda-feira, 6 de junho de 2011


As Bem-aventuranças e 
os Frutos do Espírito Santo

Todo o Evangelho é um convite para viver das virtudes e dos dons do Espírito Santo. Cada passo da vida de Jesus, cada palavra saída de sua boca nos leva a buscar a Deus com mais amor, a vencer as tentações, a agir bem.
Essa vida de virtudes e de dons é o começo da vida eterna, do Paraíso, já presentes na alma em estado de graça. A Vida Eterna também é chamada de Beatitude, que significafelicidade. Os que vivem no céu são os beatos, ou bem-aventurados. Por isso, Nosso Senhor, no sermão da montanha, que lemos no cap. V de São Mateus, chama de bem-aventurados, ou seja, felizes, aqueles que viverem as bem-aventuranças que ele descreve, pois elas são atos que podemos fazer, atos de grande perfeição, que já nos faz participar da felicidade do céu. Eis como nos ensina Nosso Senhor no Evangelho citado.
«Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus.»
E Jesus termina resumindo tudo numa só frase: «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus»
Vamos analisar um pouco estas sete bem-aventuranças:
As três primeiras descrevem a recompensa da alma que ama corretamente a si mesmo, que se converte para Deus.  Como nos convertemos para Deus? 
- vencendo o apego às riquezas e às honras do mundo - são os pobres de espírito 
- aprendendo a se controlar, a dominar a raiva, as impaciências - são os mansos 
- vencendo a tendência ao conforto, à preguiça, aprendendo a sofrer um pouco no nosso corpo por amor a Deus - são os que choram.
Em seguida vêm duas bemaventuranças que descrevem a recompensa da alma que ama o seu próximo : 
praticando a justiça, ou seja, dando a cada um o que lhe é devido - são os que têm fome e sede de justiça. 
- praticando a bondade, dando ao próximo, por amor de Deus, o que pode agradá-lo - são os misericordiosos.
E por fim, as duas últimas bemaventuranças descrevem a recompensa da alma que ama a Deus acima de tudo,  que na vida de oração procura encontrá-Lo, principalmente levada pelos dons do Espírito Santo:
  - os que vivem da virtude e amam agir sempre no bem - são  puros de coração. 
  - os que esperam receber o prêmio pela ajuda que deram ao próximo - são os pacíficos.
Agora que compreendemos o que significa cada uma das bemaventuranças, fica fácil entender porque Jesus prometeu aos que praticarem as bemaventuranças os prêmios que estão descritos no Evangelho: 
- os que se desapegam das riquezas da terra e são pobres de espírito, recebem um tesouro no céu: deles é o Reino dos Céus. 
- os que conseguiram dominar sua agitação, vivendo pacificamente com todos são os mansos: possuirão a terra.
 
- os que aceitam sofrer no seu corpo por amor a Deus, os que choram: serão consolados
 
- os que procuram dar a cada um o que lhe é devido, com fome e sede de justiça : serão saciados. 
- os que são generosos para com o próximo, os misericordiosos : alcançarão misericórdia. 
<- os que vivem sempre com reta intenção em tudo o que fazem,  os puros de coração : verão a Deus.
 
- os que imitam a Deus procurando a paz entre os homens, os pacíficos : serão chamados filhos de Deus.
As bemaventuranças e os dons do Espírito Santo
Mas esta doutrina tão elevada, que nos é ensinada por São Tomás de Aquino não poderia deixar de ser acompanhada, na alma, pelo vento impetuoso do Divino Espírito Santo, que são os dons, como já estudamos. A cada bemaventurança corresponde um dom.
Para compreendermos bem esta correspondência, vamos retomar aquela divisão das bemaventuranças que vimos acima:
As três primeiras correspondem à conversão da alma à Deus, o que é realizado pelo Espírito Santo mediante os três primeiros dons: 
- os pobres de espírito são os que souberam se posicionar corretamente diante das riquezas do mundo. Este posicionamento da alma corresponde ao dom do temor de Deus 
- os mansos são os que aprenderam a fugir da agitação do mundo, das brigas, raivas etc. Encontram-se em Deus pelo dom da piedade 
- os que choram são os que aprenderam as causas do sofrimento, porque devemos sofrer em união a Jesus Cristo, na Cruz. Este conhecimento nos é dado pelo dom da Ciência.
As duas seguintes, como vimos antes, indicam a alma que ama ao próximo: 
- os que têm fome e sede de justiça precisam lutar constantemente para que cada um receba o que lhe é devido. Precisam então do dom da Força 
- os misericordiosos, que procuram em tudo ajudar aos necessitados, serão conduzidos pelo dom do Conselho
.
Enfim, as duas últimas são as que mostram a alma que aprendeu a amar a Deus com perfeição 
- os puros de coração, sempre agindo por amor de Deus, pelas virtudes infusas, verão a Deus, ou seja, receberão o dom da Inteligência 
- os pacíficos, os que alcançaram a paz divina, viverão desta paz pelo dom da Sabedoria.
Os frutos do Espírito Santo
Diante desta maravilhosa doutrina a alma chega aos patamares da vida divina, ainda aqui nesta terra. E neste estado em que ela se encontra, reina no coração uma autêntica paz, manifestada por atos de virtudes infusas que são chamados os frutos do Espírito Santo. Eles são enumerados por São Paulo no cap V da Epístola aos Gálatas: 
1- Caridade - ordena a alma no seu ato de amor 
2- Alegria - conseqüência normal do amor verdadeiro 
3- Paz - fruto da perfeita alegria, tanto interior quanto exterior 
4- Paciência - o equilíbrio da alma que não se perturba com o mal. 
5- Bondade - boa vontade para com o próximo 
6- Benevolência - agir procurando sempre o bem do próximo 
7- Longanimidade -  perseverança na vida da virtude 
8- Mansidão - suporta o mal sem se alterar. 
9- Fidelidade - não usa de fraude ou enganos. 
10- Modéstia - bons modos nas coisas exteriores 
11- Continência - a alma aprende a renunciar aos prazeres do corpo lícitos. 
12- Castidade -  a alma conserva seu corpo e seu coração puros, fugindo dos prazeres ilícitos.
Esses frutos do Espírito Santo fazem a alma fugir dos frutos da carne, que São Paulo também enumera, que são diversos pecados ou vícios que levam a alma para o mal. Ao contrário, os frutos do Espírito Santo orientam a alma já avançada no amor de Deus em direção à vida eterna, Deus visto como fim último a ser alcançado, Luz Eterna que encherá nossas almas para sempre da Felicidade.

domingo, 5 de junho de 2011

Eis que faço novas todas as coisas


Eis que faço novas todas as coisas

“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (2Cor 5, 17)
O discípulo de Jesus precisa ter uma visão muito clara do objetivo de sua existência: o desafio de mudar, de se conformar com a imagem de Jesus, o objetivo de ser como Jesus nos seus relacionamentos, no caráter, no serviço, na missão.
Começamos a nossa caminhada com Jesus cheios de alegria e entusiasmo, mas vamos nos decepcionando conosco mesmos, vamos recaindo em erros e fraquezas dos quais já tínhamos nos libertado, vamos perdendo esse ideal de mudança e fica em nós um grande cansaço, um grande desânimo. No entanto, tenho que lhes dizer: sempre que alguém partilha o seu desânimo comigo, o Senhor me faz lembrar desse cântico: “Eis que faço novas todas as coisas, que faço novas todas as coisas. É vida que brota da vida...” Sinto que é como se o próprio Senhor cantasse ao meu coração, para que eu possa dizer  isso às pessoas que se confessam desanimadas.
Sim, a vida é Jesus, Ele é a nossa vida e pode nos dar vida nova, pode de uma maneira nova e atual nos ensinar a viver a vida no Espírito, pode restaurar-nos, curar-nos, pode e quer tocar profundamente, radicalmente nas nossas vidas hoje e nos tornar motivados, alegres, cheios de ânimo, cheios do Espírito Santo.
Você quer receber esta graça hoje mesmo? Então peça, feche os olhos se quiser e, dentro do seu coração, fale com Jesus, diga a Ele que você quer renovar a sua pertença a Ele, diga que você O convida mais uma vez a ser o Senhor de sua vida, entregue de novo a sua vida a Ele,diga a Ele que você O ama, vá louvando o Senhor, agradeça a Ele tudo o que Ele já fez por você, tudo o que já mudou na sua vida, peça a Ele para você ser renovado no amor, peça um novo Pentecostes com todos os seus milagres.
Faça isso e você verá um ânimo novo invadir seu coração. É vida que brota da vida. A vida é Jesus, vale a pena segui-Lo e mudar por causa dele.
Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Comunicação no Grupo de Oração




A Comunicação no Grupo 
de Oração




Quando ouvimos falar de Comunicação Social, normalmente pensamos de imediato nos grandes meios de comunicação como, por exemplo: televisão, rádio, internet, revistas, etc. É como se tivéssemos uma visão apenas dos meios profissionais, julgando não está ao nosso alcance, afastando de nós a possibilidade de exercê-lo.

Se observarmos nossa realidade de Grupo de Oração, podemos facilmente perceber que de várias maneiras existem pessoas exercendo a comunicação. Então, não é o Ministério que é novo, novo é passar a ver a comunicação como Ministério. Ou seja, durante muito tempo, talvez por falta de orientação ou formação não se fez o trabalho de comunicação dentro do Grupo de Oração como Ministério de Comunicação.

Os serviços de comunicação no Grupo de Oração são diversos, variando de acordo com a realidade local, existem Grupos de Oração que já tem uma estrutura organizada onde acontece a comunicação planejada, outros não conseguiram ainda se organizarem e muitos que nem sabem que o Ministério existe. Na verdade em todos acontece a comunicação através da acolhida, avisos, material gráfico, etc.

Vendo o serviço por este ângulo percebemos que não é necessário ser formado em comunicação para poder exercer o Ministério, claro que Deus chama também os capacitados, pois existe dentro da nossa Igreja bons profissionais na área de comunicação, porém estamos falando de um Ministério que está ao alcance de todos.

O Ministério de Comunicação tem a bela tarefa de descobrir talentos dentro do Grupo de Oração "Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe

sobre um castiçal, para iluminar os que entram" (Lc 8,16).

Em todos os Grupos de Oração há “pérolas preciosas”, pessoas que tem dons e potencial, mas que não estão sendo usados em prol da evangelização, muitas vezes por não ter oportunidade, por timidez, por falta de incentivo, etc. E, continuam como lâmpadas acesas e cobertas por vasos com diz no Evangelho. Talvez você esteja pensando, mas o que fazer? Como despertar essas pessoas para o serviço? Aqui me refiro às pessoas que tem o dom, a capacidade, mas não fazem muita coisa para ajudar o Grupo de Oração, e estão lá toda semana caminhando com Grupo de Oração. Claro, não querendo generalizar, pois existem muitas realidades.

Será que no seu Grupo de Oração há pessoas que têm carisma para acolher as pessoas? Há pessoas que dão avisos? Há pessoas que são criativas e facilmente elaboram mensagens ou frases que evangelizam ou informam? Há pessoas que são artistas, gostam de desenhar, fazer letreiros? Será que tem pessoas que fazem pequenas lembranças para serem entregues aos participantes do Grupo de Oração? Será que tem alguém que tem um computador e gosta de digitar? Tem alguém que tem uma câmera fotográfica e gosta de fotografar? Será que existem pessoas que tem um dom natural de se comunicar com as pessoas inclusive com desconhecidos? Será que tem alguém que sabe trabalhar com figuras, gráficos, no computador ou manualmente, será que tem alguém ousado e desinibido e que gosta de trabalhar com eventos? Há pessoas que tem acesso a internet e gostaria de contribuir com o Grupo de Oração?

Se há pessoas no seu Grupo de Oração com estas características e esses dons parabéns! Pois aí está o Ministério, talvez precisem apenas de orientação para que o serviço aconteça de maneira mais organizada e eficaz.

O Ministério de Comunicação quando exercido de maneira consciente e responsável tende a potencializar os serviços no Grupo de Oração, ao mesmo tempo abre novas possibilidades para uma evangelização querigmática e moderna. As ferramentas já existem e na maioria das vezes não são usadas por nós. A falta de verba ou o pequeno número de servos não deve ser causa de desistência de um projeto de comunicação, seja ele qual for. É preciso usar de criatividade sem perder de vista o objetivo central e submete-lo à vontade de Deus, pois nem sempre as grandes idéias são vontades de Deus.

Vale lembrar que, para que um Ministério se estruture é necessário que haja além de servos e uma boa formação, é preciso todo um trabalho de oração por trás, ou seja, é necessário planejar e realizar encontros para oração, onde todos os servos possam se reunir para orar. A oração é o meio que usamos para falar com Jesus, que é o comunicador ungido do Pai. Também é através da oração que Deus nos comunica a sua mensagem, a qual somos chamados a anunciar.

O comunicador que não pára pra escutar Deus não conseguirá anunciar o que ele quer que seja anunciado.

O Ministério de Comunicação Social na sua totalidade apesar de ter diversos núcleos deve ter a mesma visão da missão. Seja no acolhimento das pessoas, avisos, produção de material, rádio, etc. Todos precisam ser um.

Deus abençoe!

Valdeci Inácio
Ministério de Comunicação Social

RCC Pernambuco

Moção Profética

‘Por causa da Tua Palavra, lançaremos as redes’

Vamos acompanhar o texto sobre a pregação que Lucimar Mazieiro, coordenadora do Ministério de Formação da RCCBRASIL, fez no primeiro dia no ENF 2011. Lucimar falou sobre a temática do ano, do momento vivido pelo Movimento e, sobretudo, das moções que Deus tem inspirado à Renovação Carismática Católica do Brasil, nesse tempo de construção e reconstrução.
Palavra de Deus em evidência
Logo no início de sua fala, Lucimar fez um resgate daquilo que a RCC vem vivendo nos últimos anos, de acordo com O que o Senhor pede que o Movimento faça. “Em 2009, Ele nos fez proclamar o Senhorio de Jesus. No ano passado, nos deu a graça de mergulhar na Palavra, anunciar a Boa Notícia onde a gente estivesse”, disse.
A pregadora mostrou que este ano a Palavra segue em evidência, mas com um novo mandato: o de lançar as redes à evangelização.
Ao basear-se na Constituição Dogmática Lumen Gentium, Lucimar disse que a RCC, como parte da Igreja, recebeu o mandato de Jesus de anunciar a verdade e a salvação aos quatro cantos da Terra. “Mas a nós, Deus colocou um espaço privilegiado de missão. Um espaço onde, primeiramente, alguém nos anunciou a Palavra. O Grupo de Oração é esse espaço privilegiado”, explicou.
Lucimar destacou ainda que é no Grupo de Oração que, muitas vezes, ouvimos e acolhemos a Palavra pela primeira vez. A ação seguinte à escuta e à acolhida da Palavra de Deus é o seu anúncio: “Nós queremos que muitos outros que não conheceram essa Palavra, que não tiveram contato com Ela, possam, através das nossas ações, conhecê-La, receber o Verbo de Deus através da Palavra”, continuou.
Segundo a pregadora, esse mandato não é para amanhã ou depois: é para hoje. “Somos convidados a anunciar essa Palavra, impelidos pelo Espírito Santo. É a Igreja que nos envia”, complementa.
Essa é, de acordo com Lucimar, a palavra de ordem contida no texto que inspira o tema do ano, presente no Evangelho segundo São Lucas, capítulo 5.
A coordenadora do Ministério de Pregação passou então a esmiuçar o trecho, a partir do seu primeiro versículo, até o versículo que conta as consequências do seguimento da ordem de Jesus.
“Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus” (Lc 5,1). Lucimar chamou atenção de como os participantes do ENF estavam em atitude semelhante à daquelas pessoas – os participantes ocupavam todo o ginásio e também seus arredores.
Ela lembrou que podemos ser replicadores dessa mensagem, pois a partir do Batismo no Espírito Santo ficamos apaixonados pela Palavra, somos impulsionados a proclamá-La, fazendo com que mais pessoas se acheguem à Igreja. Assim, podemos lançar nossas redes, proclamando a Palavra no Grupo de Oração e onde esse Grupo possa chegar, através dos seus integrantes.
Lucimar partilhou, neste ponto da pregação, uma experiência que viveu recentemente. A caravana na qual viajava para o Congresso Estadual de São Paulo envolveu-se em um acidente de trânsito e ela quebrou a bacia, o que a obrigou a ficar hospitalizada por certo período.
Por causa dos pesados medicamentos e das fortes dores causadas pelas fraturas, ela não conseguia ler a Bíblia. No entanto, uma irmã do seu Grupo de Oração passou a ler os trechos da Escritura para ela. “Quando a Palavra começou a entrar pelos meus ouvidos, ela entrou no meu coração, como remédio. Toda a agitação do meu ser em função da dor se aquietava ao ouvir a Palavra de Deus”, testemunhou.
“Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes” (Lc 5,2). Ao ler esse versículo, a pregadora explicou que as barcas não estavam paradas em alto mar, mas sim na margem, na praia. Isto porque estavam buscando restaurar as redes, seus equipamentos de trabalho.
Neste momento, Lucimar lançou um questionamento aos presentes: “Onde está estacionado o seu Grupo de Oração, o seu ministério?”. Ela explicou que a barca foi o lugar escolhido por Jesus para fazer o anúncio do Reino. Naquele momento, a embarcação foi o local privilegiado do qual o Cristo pôde se usar para que a mensagem de Deus chegasse a mais pessoas.
Dessa maneira, assim deve ser o nosso Grupo de Oração: “É da barca do nosso Grupo de Oração que devemos anunciar”, disse a pregadora.
Por isso, é necessário que consertemos os nossos equipamentos de evangelização, busquemos formação, cuidemos da nossa vida de oração, das práticas espirituais. Precisamos cuidar das nossas redes para que elas possam ser lançadas e voltar cheias.
“Jesus subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo” (Lc 5,3). Lucimar chamou atenção para a posição na qual o Cristo ensinava: sentado. Ela lembrou que uma boa conversa se dá nesta posição. É uma posição de acolhida, de escuta. Muitas vezes, o irmão que entra no Grupo de Oração precisa de um desabafo. Muitas vezes nem uma confissão sacramental, mas sim uma conversa franca, na qual possa se fazer ouvido. Isso também faz parte da evangelização, conforme explicou Lucimar.
Proclamar a Palavra, seja qual for a condição
“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia” (Lc 5,4-6).
Quando estava começando a contextualização deste trecho, um imprevisto que poderia interromper a pregação ocorreu em Lorena/SP: uma queda de energia deixou o campus do UNISAL sem luz. No entanto, Lucimar não se abateu e não deixou de pregar: “Não adianta ficar parado com a rede vazia. Se eu parasse de falar porque acabou o som, a Palavra não iria chegar. Se é assim, sem som, que Ele quer, assim tem que ser feito!”, exclamou Lucimar.
Ela continuou: “Não adianta nada todo esse equipamento, se não tiver quem anuncie. O maior instrumento de evangelização é a vida”.
Mesmo sem microfone, a voz de Lucimar chegava a todos os cantos do Ginásio Poliesportivo. A cada exortação sua, o povo explodia em aplausos e brados de Glória e Amém!
Finalmente chega ao versículo-tema de 2011, Lucimar deu razão ao questionamento de Pedro: “A reclamação dele tem lógica! Como um carpinteiro falaria de pesca com um pescador?”. No entanto, em seguida ela já respondeu ao questionamento. “Se olharmos a Palavra com nossa visão, a questionaremos. Se olharmos como Palavra de Deus, a gente a obedece, confia”.
Confiando na Voz de Deus e a obedecendo, Ele vai deixar a nossa rede cheia de peixes. “Estamos em tempo de missão”, afirmou Lucimar. O mundo, prosseguiu ela, sente Deus como algo supérfluo, acessório, por isso nossa prioridade é reabrir o acesso das pessoas a Deus, como diz a exortação papal.
“Nós, que ouvimos essa palavra, somos chamados a levá-La àqueles que não têm esperança. Não é hora de ficarmos abatidos olhando para as nossas redes e chorar pelos rombos que encontramos nelas. Este tempo é de olhar para a nossa vida e ver que a mão poderosa do Senhor vai nos ensinar a consertar as redes”, disse Lucimar.
Continuou ela: “Confiar na Palavra de Deus é ver a promessa se realizando no nosso meio. Não pare na rede furada, não pare no cansaço da noite, nem nas tuas dores”.
A pregação foi encerrada com uma oração pela renovação do ‘sim’ de cada um à missão confiada por Deus. Lucimar convidou os presentes a deixar o Senhor curar as brechas deixadas nas redes das suas vidas e Grupos de Oração: “Senhor, pode afastar o meu barquinho da beira da praia, pode tirar o meu Grupo do estacionamento dos carismas, pode consertar as áreas da minha vida, porque eu quero usar essas redes para a missão” rezou ela.